por Teixeira Correia no Jornal de Noticias
Na temporada passada, o Elvas sofreu para assegurar a permanência. Esta época, com um plantel idêntico ao da campanha anterior, os raianos continuam na liderança. Mas, ontem, sofreram para a segurar. Apesar de cedo dominarem as operações e de passaram a jogar com mais uma unidade a partir dos 30 minutos, por expulsão directa de Sapo, os elvenses não conseguiram materializar em golos o domínio. No segundo tempo manteve-se o figurino da partida e o golo de Mauro, aos 49 minutos, trouxe justiça ao marcador. Todavia, mesmo com menos um elemento, o Cacém não se entregou e chegou ao empate a quinze minutos do fim Mas as perdas de tempo na reposição de bola em jogo foram fatais. O árbitro concedeu sete minutos de compensação e foi já nesse período que Toni Vidigal, um dos muitos futebolistas do clã Vidigal, deu a vitória, justa ao Elvas. Arbitragem pecou no capítulo disciplinar.
Cacém no SintraVox
por José Sardinha no SintraVox.
A notícia que hoje li no Jornal da Região intitulada "Atlético e Junta do Cacém em rota de colisão" leva-me a escrever estas linhas sobre uma matéria que me é particularmente cara: as ligações perigosas entre clubes e autarquias.
Vejamos os factos que podemos extrair da notícia:
1. A Junta de Freguesia do Cacém ajuda o Atlético com a aquisição de 3 carrinhas de 9 lugares (o que é uma data de massa), conseguiu para o Atlético a cedência gratuita de um pavilhão - para o Futsal presumo -, e ainda de quando em vez cede o autocarro da Junta - também presumo, de acordo com o regulamento que é público - isto para lá de alguns apoios pontuais (uns pequenos cheques, também presumo). O Atlético receberá mais apoios que todos os outros clubes juntos. O que dada a sua dimensão, do clube, até poderá ser admissível.
2. O Atlético passou um cheque careca à Junta, e esta suspendeu a cedência do autocarro (provavelmente o cheque seria para pagar as despesas do autocarro).
3. O Atlético procura pressionar a Junta a lhe dar mais apoio suspendendo a equipa B!
Encenou um belo teatro, mas acaba por ouvir as vaias.
Penso que esta situação é um bom aviso para todos os autarcas: não ofereçam património aos clubes de futebol, porque quanto mais recebem mais exigem. No lugar do Presidente da Junta do Cacém teria comprado as viaturas para a Junta, e cedido pontualmente ao Atlético. Espero que, pelo menos, seja a Junta a pagar directamente o leasing, senão ainda o dinheiro das carrinhas poderá começar a ser desviado para outros fins.
O que se fica a saber é que a equipa dirigente do Atlético do Cacém anda pelo mesmo diapasão medriocre e irresponsável que ainda predomina no futebol português. Conta com o dinheiro dos outros - e neste caso de todos nós - para a sua estão corrente.
Falo em futebol para não ofender outras modalidades onde sempre o equilibrio financeiro foi uma constante. Mas há mais modalidades em que tal não acontece. O Queluz, no basquetebol profissional foi mais um exemplo de má gestão.
É importante que as autarquias não ofereçam património, antes aumentem o seu património, que é de todos nós.
Por isso deixo também uma outra ideia: que a Câmara Municipal de Sintra compre o campo do 1º de Maio e fique com ele ou o entregue à gestão da freguesia. Não o entregue ao clube. Nunca se sabe o que o futuro nos reserva. E o Cacém (Não gosto de Agualva-Cacém, desculpem) merece um bom parque desportivo municipal.
O Atlético do Cacém deve pedir desculpas a todos nós pela triste figura que anda a fazer.
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