Eduardo Almeida vai treinar African Lyon FC
Tecnologia permitiu-lhe descobrir um lugar vago no clube africano que o seduziu à primeira
III Divisão nacional foi apenas ponte entre aventuras exóticas, depois de Hong-Kong
por Miguel Mendes no jornal A Bola
A Internet é um mundo de informação, no qual se pode encontrar de tudo um pouco. Uma imensa rede planetária que, actualmente, é de uma necessidade indiscutível. Que o diga Eduardo Almeida, treinador de 31 anos, que através da tecnologia conseguiu dar seguimento à carreira na... Tanzânia. Nem mais. Leu bem. Eduardo Almeida é o novo treinador do African Lyon FC, equipa que esta época foi promovida ao primeiro escalão.
A história tem episódios curiosos que, diga-se, surpreendem até o próprio técnico. Há pouco mais de duas semanas, o Atlético do Cacém, clube que orientou esta época, confirmou a descida aos distritais da AF Lisboa. Apesar da vontade em manter o treinador, Eduardo Almeida procurou a sua sorte. Sentou-se à frente do computador, ligou-se à internet, e, clique atrás de clique, parou num site onde se aceitavam candidaturas para orientar o African Lyon FC. O treinador conta os passos seguintes.
«Preenchi um formulário, enviei um currículo e esperei por uma resposta que chegou poucos dias depois. Disseram-me que se subissem de divisão queriam apostar num treinador europeu, jovem e ambicioso. Aguardei e como foram promovidos fui contacto para visitar as instalações e condições do clube», explica Eduardo Almeida, que após a primeira visita, assinou contrato válido por uma época, mais duas de opção:
«Fui muito bem recebido. Tenho um tradutor e a única regra era que teria de ir sozinho. A aposta teria de passar pelos jovens locais. O certo é que as condições são fantásticas. Recentemente, o clube construiu uma hospedagem para 30 jogadores e dois campos sintéticos.»
Esta não é, porém, a primeira aventura exótica do treinador. Antes de rumar ao Atlético do Cacém esteve como adjunto de José Luís no South China (Hong-Kong).
«Esta será a minha segunda aventura. Saudades? Tenho sempre, mas no próximo dia 26 estarei em Portugal para tirar o curso de III nível. Voltarei depois para a Tanzânia no dia 19 de Julho para preparar o início do campeonato. Estou ansioso para começar, mostrar trabalho e desenvolver o clube a todos os níveis», diz, esperançado em, daqui a uns anos, abraçar um projecto em Portugal: «Sou novo e confesso que esse é um dos objectivos. Por vezes, em Portugal, é preciso sair para se ser valorizado. A esperança será sempre a última a morrer e não vou desistir.»
BI
Eduardo Filipe Arroja Almeida
Eduardo Almeida iniciou a carreira de treinador nas camadas jovens do Alenquer e, mais tarde no Benfica. Estreou-se nos seniores ao serviço do União de Almeirim e depois no Oeiras, antes de rumar a Hong-Kong onde foi adjunto de José Luís no South China, equipa da I Divisão. De regresso a Portugal, no Atlético do Cacém, na III Divisão, não conseguiu evitar a descida aos distritais.
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